terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sobre meu texto de ontem, TORCIDA INDEPENDENTE

Engraçado como as coisas são.

Ontem, escrevi aqui no blog sobre a TTI, mostrei o quanto eu estava magoada ... e bati o record de visualizações do blog. rs .... Recebi conselhos de não mostrar, pessoas preocupadas com o que podiam fazer ....ou o que podia acontecer comigo.

Pensei em tudo isso quando resolvi escrever, e se tiver alguma, vou assumir as consequencias de não ter medo de mostrar minha opnião.

Aos que me deram um puxão de orelha, dizendo que eu abandonar a torcida mostra que não sou fiel a ela, vou explicar o que acontece. Eu estou abandonando a TTI hoje, e não o São Paulo. Continuarei com meu papel de torcedora, e farei minha parte, mas longe dessa gangue de marginais que hoje comanda a torcida. Saio dela, porque pra mim é insuportavel ir lá e ver o que acontece hoje.

Meu amor pela torcida é grande demais para simplesmente aceitar e fingir que nada está acontecendo, e nos dois ultimos jogos acabei me exautando e expondo minha opnião no meio da arquibancada, e fui ameaçada, e tive que sair praticamente fugida para não apanhar dos que se dizem "torcida".

É engraçado isso né. Eu gritei, muitas vezes, pedindo pras pessoas cantarem junto, e ajudarem o coro...e ninguém fez nada. Mas quando eu mandei tomar no c* e disse que ali só tinha FDP que envergonhava o SPFC, fui ameaçada, com os brutamontes vindo pra cima de mim, e dizendo "AQUI É TORCIDA MANO"...ameaçando a bater na unica pessoa que tentava fazer a diferença. Vai ver que eu que não entendo muito sobre a torcida. Vai ver que tatuar e usar a farda... fazer Muay Thai e tomar soco na cara é que seja "SER TORCIDA".

Eu lamento.

Sigo minha vida, com as lembranças maravilhosas que a TORCIDA INDEPENDENTE me deu ... é ... porque já que é pra falar, vamo combinar que a retomada não me deu alegria nenhuma ... alias... destruiram o que eu tanto amei. Mas isso não é problema meu. Espero que agora tenham ficado claros os motivos pelo qual eu não comparecerei mais na Arquibancada Laranja.

Para viver com macacos ignorantes, vou ao zoologico. Ao estádio, agora, vou apenas ver futebol.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Espero que tenham paciencia pra ler. O meu ADEUS a TORCIDA TRICOLOR INDEPENDENTE. Obrigada por todas as alegrias. [ LUTO ]

Bom...fiquei muito tempo pensando no que eu poderia escrever, que pudesse mostrar minha opnião sem me colocar em confusão. E resolvi tentar.


Venho hoje escrever porque estou de luto. Estou de luto desde ontem, quando uma coisa que era muito importante na minha vida, acabou. Não sei se vou conseguir expressar em palavras o sofrimento que está sendo assumir isso, mas, é muito grande.

Há uns 6...quase 7 anos atrás, eu estava no colégial, e fiz amizade com uma garota muito especial, que até hoje faz parte da minha vida. Bom, essa minha amiga, era tão apaixonada por futebol quanto eu, e me apresentou a Torcida Independente. Bom, não me apresentou, eu já conhecia lógico, mas ela me levou ao meu primeiro jogo como torcida.

Lembro como se fosse ontem. Acordei toda empolgada, imaginando como seria. Encontrei a Lila, e a irmã dela, e lá fomos nós. Chegamos no Morumbi, estava lotado. O barulho das pessoas me alucinava. Entrei no banheiro, e o teto parecia que ia cair, com as pessoas pulando na arquibancada. Quando subimos, e fomos pro cantinho, perto da azul ... eu parei e olhei. Aquele estádio enorme, o campo, verdinho, as pessoas gritando São Paulo. Nossa, me arrepia só de lembrar.

Bom, depois desse jogo, outro jogo, e depois outro jogo ... e em pouco tempo, lá estava eu. Cruzando os punhos, gritando “Sou independente” ... completamente viciada. Acho que mais ... completamente apaixonada. Eu vivia a torcida, respirava a torcida, e abria mão do que quer que fosse por isso.

Estar no estádio, me dava uma alegria que não existia igual. A cada jogo era uma emoção. Uma “aventura” diferente. Ir pra praça da Joaniza, encontrar os amigos, beber, dar risada e gritar até a garganta não agüentar...ir pro estádio no Pinheiros Guerreiro ... mostrando pra cidade toda que a ZONA SUL tinha dono. Ah, como era gostoso.

E no primeiro ano, vieram os títulos. Foi Campeonato Paulista, Brasileiro, Libertadores, Mundial. Meu Deus!! Quantos títulos. Quanto grito, quanto choro. Acho que no fim das contas, eu dei sorte pro São Paulo rss .... Foi um ano incrível. Em todos os jogos, Morumbi lotado, torcida gritando 90 minutos, bandeirão, bandeiras, bambu, saída com a bateria. Nossa, lembrar dessas coisas me arrepia, os olhos enchem de lagrimas.

Nesses 6 anos, conheci muita gente, vivi coisa demais. Tomei chuva, queimei de sol, corri, xinguei. Lembro de cada coisinha, de cada momento, de cada emoção. Foi graças a essa paixão, que amadureci, que me tornei um pouco mais independente, que ganhei a confiança dos meus pais. Na torcida, conheci o David, que hoje é uma das pessoas mais importantes da minha vida.

E ontem, mais uma vez fui ao Morumbi, e chorei. Não chorei porque o time perdeu...apesar de não gostar de perder, sei que isso é normal no futebol. Não chorei de raiva, nem de alegria. Chorei de dor. Uma dor tão funda, e tão desesperadora que eu nem sei explicar. Chorei porque olhei aquele lugar, e não me identifiquei com nada. O que vi ontem, nos 90 min que estive na Arquibancada Laranja, em nada me lembrou a torcida que tanto me fez feliz.

Eu já estava meio desiludida com a torcida, o ultimo jogo que eu havia estado, contra o Internacional, quando fomos eliminados da Libertadores, já havia me machucado demais. Naquele jogo, o que vi foi uma torcida sem nenhum interesse no São Paulo Futebol Clube. Vi uma torcida interessada em briga, uma torcida interessada em status. E pior, um status que ela não tinha. Bom..sai de la chorando, decepcionada, com o coração machucado demais.

Mas ontem, foi pior. Estar no Morumbi ontem, me machucou mais do que qualquer coisa que eu já tenha passado.

Chegamos atrasados no Morumbi, eu e o David, porque só decidimos ir as 16:30 ...e o jogo começava as 17. Mas tudo bem. No carro, escutamos que já tinham sido vendidos 41 mil ingressos...nossa o coração acelerou. Seria perfeito, Morumbi lotado. Depois de uma procura de ingressos, meio complicada, porque só queríamos Arq. Laranja, e estava super caro....mas, R$80 reais depois, lá estávamos nós.

Entramos e estava realmente lotado. Duas pessoas por fileira. Com meu jeitinho, adquirido nesses anos de comparecimento rs... conseguimos chegar num local onde era possível ver o jogo. O time não estava bem, poucas chances de gol .. mas, clássico é assim né. Eu estava ansiosa, querendo um jogo daqueles de arrepiar. Mas nada acontecia. Nem no campo, nem na arquibancada.

A laranja estava lotada de “torcedores”, com suas fardas, e bonés da torcida. Um monte sem camiseta, exibindo a tatuagem enorme, com o símbolo tricolor, ou o anjo da torcida. Mulheres com a blusinha do Comando Feminino. E eu olhava tudo aquilo, e só ficava mais nervosa. NINGUÉM cantava. Alias, uma meia dúzia cantava. Minoria mesmo. Nós estávamos a uns 4 degraus abaixo da bateria, e não dava pra ouvir o que estava sendo puxado. As vezes, vinha um grito mais forte, e a galera acompanhava, mas logo desanimavam e paravam. E eu gritando, achando que se me escutassem eles cantariam junto, mas nada. Nada aconteceu. Tomamos o primeiro gol. E a coisa só piorou. Os poucos que cantavam, ficaram apreensivos com o desfecho do jogo, e pararam de cantar, apenas batiam palmas.

Quando eu já estava agoniada com a situação, pensando no que podia ter acontecido com aquela torcida que empolgava a todos, inclusive ao time, uma briga do nosso lado nos fez mudar de lugar. Torcida TRICOLOR bringando com Torcida TRICOLOR. Os próprios caras não se respeitando. E aqueles brutamontes, que acham que ter músculo é ter inteligência, e status, saíram se caçando pela arquibancada. Enquanto uns tentavam separar, e outros assistiam aquela babaquice, a torcida da galinhada gritava e se divertida com nossa idiotice. Me desesperei, e comecei a gritar, pedindo pra que as pessoas que estavam ali perto cantassem, pra que nosso coro abafasse o grito dos verdadeiros adversários de torcida. Mas estavam todos preocupados em brigar, em se esconder, em observar.

Saimos dali, procuramos ir la pro canto onde sempre ficávamos, aquela cena era ridícula demais, e não merecia expectadores. Chegamos no canto, e esperamos que a coisa ficasse melhor. Mas, mais uma vez, nada aconteceu. Ninguém cantava, ninguém gritava, ninguém ajudava. Estavam todos ali, assistindo o jogo, com suas blusas escrito Torcida Independente, e aquilo parecia suficiente.

Bateu o desespero. A bateria, que devia puxar gritos que empolgassem, parecia ter ensaiado apenas 3 gritos, e assim ficava. Não puxava nenhum que animasse a galera, e mesmo quando o grito morria, insistia nele, durante minutos intermináveis. Nem o tão falado “ Ei..FDP...Vem correr de novo seus Cu***...” empolgou. Nada fazia aquela “torcida” explodir. E da mesma maneira apática que a arquibancada levava o jogo, o time levou em campo.

Sentei na arquibancada, desesperada, com uma dor sufocante no peito, e fiquei observando aquelas pessoas. Tanta gente ali, porque?! Porque aquelas pessoas estavam ali?

Quando eu entrei na torcida, foi por um ideal. Eu era apaixonada pelo meu time, e queria fazer parte daquele grupo que gritava nas arquibancadas e empolgava o time. Ou mesmo quando perdia, fazia valer a pena sair de casa, com seus shows de amor e dedicação por aquele time que ali estava.

O que vi ontem? Foi um monte de garotos, com suas tatuagens jurando amor ao tricolor e a TTI (A retomada), de braços cruzados, fumando maconha, e procurando mostrar quem podia mais que quem. Falando sobre as brigas que iam acontecer quando acabasse o jogo, dizendo que ia matar não sei quem, blá blá blá.

Sabe, não sou idiota. Sei que sempre teve isso, acompanhei muitas brigas de torcida, fui muitas vezes sozinha pro jogo pra não ir com os meninos onde eles brigariam com a outra torcida. Mas, era a minoria que ia pras brigas. Era bastante gente, mas a maioria ia pro jogo, incentivar, e mostrar e declarar seu amor pelo SPFC. Era por isso a torcida.

Bom, isso não existe mais. Eu escrevo esse desabafo hoje, porque ontem, percebi que a TORCIDA TRICOLOR INDEPENDENTE não existe mais. O que existe, é um bando de macacos ignorantes que se aproveitam do nome que essa torcida tem pra ter STATUS. Que saem de suas casas, interessados SOMENTE em brigar, e não cultivam mais NENHUM tipo de sentimento pelo São Paulo Futebol Clube.

E é por isso que me declaro de LUTO. Estou de LUTO, porque a torcida que me dava orgulho, a torcida que eu amei, morreu. Hoje, ela não da orgulho a mais NINGUÉM. Quer me dizer que a pista é que da o nome da torcida? Que dar porrada que é o que faz a torcida? MENTIRA. A torcida é feita de pessoas de bem, que se unem por um objetivo em comum, que sempre foi INCENTIVAR E DECLARAR O AMOR PELO SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE.

Ontem, me senti no meio de bandidos. E eu não sou bandido. Não faço parte de gangue. E por isso, ontem chorei no Morumbi. Porque nunca imaginei que um dia eu sairia de lá pensando o que pensei, sentindo o que senti.

Aos que puderam fazer parte da VERDADEIRA torcida independente, que nos encheu de orgulhos e alegrias, um conselho: Guardem essas lembranças, e esses sentimentos, pra toda vida, como vou fazer, mas não voltem lá. A dor que sinto hoje, é muito grande, por ver todo aquele ideal destruído, não desejo isso a vocês.

Aos que eu um dia incentivei a irem pra torcida, meu sincero pedido de desculpa. Não façam parte dessa gangue que é a torcida hoje. Expressem seu amor, vão aos estádios, e honrem essa camisa Vermelha Branca e Preta que tanto eu amo, mas não se tornem mais um ali na multidão calada que escuta a humilhação das outras torcidas.

Aos SPFC, o meu amor. Que é eterno.

E se você teve paciência de ler até aqui, o meu obrigada.

 
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